Charles Percier, juntamente com seu amigo e colega de profissão, Pierre Fontaine estão entre os fundadores e principais expoentes do estilo neoclássico Imperial francês. Eles incorporaram elementos da arte da antiguidade em seus projetos, buscando a a harmonia entre um edifício e sua configuração interna (decoração). Eles são conhecidos pela beleza e elegância do seu trabalho e pela sua devoção ao outro.

Percier era filho de uma guarda-pontes e uma costureira que prestava serviços à rainha. Quando garoto, ele atraiu a atenção de todos por seus desenhos meticulosos dos uniformes dos oficiais que ele via no palácio, quando acompanhava sua mãe no trabalho. Logo ele recebeu lições de um desenhista que ensinava arte para as damas da corte.

Fontaine e Percier estudaram na Académie des Beaux-Arts, onde ambos se destacaram. Em 1786, amobs foram estudar na Academia de Artes da França em Roma.

Na Itália, os dois jovens se dedicaram ao estudo da arquitetura clássica. Eles compartilharam um estúdio de desenhos e a obsessão desles com as artes da antiguidade lhes valeu o apelido de "os dois etruscos" de seus colegas de classe, entre os quais, estava outro importante arquiteto, Antoine Vaudoyer.

Em Roma, Percier e Fontaine fizeram "um pacto de amizade baseada no respeito e confiança." Ambos prometeram nunca mais se casar.

Percier inicialmente hospedado em Roma, mas, encontrando hostilidade pública para com os franceses por conta da eclosão da Revolução Francesa, logo decidiu abandonar o restante de sua bolsa de estudos. Ele partiu para Paris e foi morar com Fontaine.

Em 1792 Percier foi ocupar o cargo como diretor de cenografia na Ópera de Paris. Ele conseguiu que Fontaine fosse empregado também. A dupla passou quatro anos no trabalho, pintando cenários de cenas clássicas para as apresentações.

Os dois também desenharam móveis e restauraram casas particulares. Seu trabalho de decoração numa dessas mansões, chamou a atenção de uma ilustre vizinha, Joséphine Bonaparte, esposa de Napoleão Bonaparte, que contratou o par para reformar sua casa, a residência Malmaison.

Na ocasião, Fontaine e Percier conheceram Napoleão. Como resultado, eles foram contratados para decorar o Hospital dos Inválidos, o primeiro de seus muitos projetos públicos.

Em 1801, Napoleão nomeou Fontaine arquiteto do governo, um compromisso que Fontaine insistiu em partilhar com Percier. Nessa fase da vida, Percier e Fontaine foram responsáveis ​​por renovar os palácios de Fontainebleau, em Estrasburgo, e Versailles. O estilo Imperial que eles criaram tinha por objetivo objectivo não replicar os edifícios da antiguidade, mas para traduzir desenhos clássicos em uma linguagem moderna.

Entre os seus projetos na capital era a concepção da Rua de Rivoli, com seus prédios simétricos e arcadas, que tornariam-se a base para as futuras reformas urbanas de Paris. Eles também contribuiu para o planejamento de novas pontes sobre o Sena.

Outra tarefa da dupla foi a conclusão e renovação do Palácio do Louvre e o projeto para o espaço público ligando-o ao Palácio das Tulherias. Para este projeto Fontaine e Percier projetou o Arco do Triunfo du Carrousel (1806-1807), que fica no pátio do Louvre. O monumento elegante, inspirado no Arco de Septimus Severus, em Roma, é considerado uma das suas obras-primas.

No final de 1804 Napoleão havia demitido Percier de seu serviço. Mas Fontaine continuou trabalhando com o amigo. Percier, entretanto, dedicou-se ao ensino e ao trabalho nas artes decorativas.

Fontaine empreendeu diversos projetos de construção e restauração, incluindo a conclusão do Palais Royal (1814-1831), a restauração do Théâtre-Français após um incêndio (1822), e restaurações do Palácio do Eliseu (1816), o Château de Neuilly ( 1819-1831), e o Château d'Eu (1824-1833).

Depois de Percier morreu em 5 de Setembro de 1838, Fontaine ficou muito abatido e desenhou o tumulo de seu companheiro.

Na verdade Fontaine continuou a trabalhar bem em sua velhice, finalmente renunciar seu cargo como arquiteto do Louvre e do Palácio de Tulherias em 1848 com a idade de oitenta e seis. Ele morreu em 10 de outubro de 1853.