Giuseppe Ercole Enea Terragni Giamminola
♦ Meda, 18 de abril de 1904, Meda, Italia
† 19 de julho de 1943, Como, Italia
PERFIL BIOGRÁFICO:
Giuseppe Terragni nasceu em Meda em 18 de abril de 1904 é considerado um dos protagonistas mais importantes da arquitetura moderna italiana.
Ao terminar seus estudos no ano de 1921, logo em seguida matriculou-se na Faculdade de Arquitetura da Politécnica de Milão, onde se graduou em 1926. Ainda durante sua graduação, em 1925, ele tinha participado da competição para escolha do "Monumento aos Caídos na Guerra" de Como, e foi vencedor, tendo seu projeto erguido na praça da catedral.
Em 1927, após graduar-se, saiu na revista "Festival Italiano" quatro artigos do "Grupo 7" (grupo de jovens que visa renovar a arquitetura italiana), considerado o Manifesto do Racionalismo Italiano. Junto com Luigi Figini, Adalberto Libera Gino Pollini, Guido Frette, Sebastiano Larco e Enrico Rava Carlo, Terragni é um dos sete signatários deste manifesto.
Esse grupo, profundamente influenciado e vinculado aos Congressos Internacionais de Arquitetura Moderna (CIAM), logo iria fundar o Movimento Italiani da Arquitetura Racional, conhecido como MIAR. Nos anos seguintes, será ele o maior expoente do MIAR.
A vida de Terragni está ligada a Como, uma cidade fronteiriça, muito influenciada pelas rotas internacionais. Em comparação com outras cidades provinciais, Como goza de uma situação artístico e cultural muito privilegiada. Nessa cidade, residia Margherita Sarfatti, uma mulher de grande poder aquisitivo e influencias junto a Benito Mussolini, que nesta época já era o chefe supremo da Itália fascista.
O estúdio-laboratório Terragni (aberto com seu irmão Attilio), serviu como um lugar de encontro e fórum para o grupo de artistas e intelectuais de Como. Diferente do que ocorreu na Alemanha de Hitler, os artistas de vanguarda italianos não sofreram tanta perseguição por parte do regime de Mussolini.
Entre suas primeiras obras, há o bloco Novocomum de cinco andares, trabalho considerado como a primeira casa coletiva moderna italiana. Esta obra de arquitetura em forma de "transatlântico" (como foi definido) era considerado um "escândalo" para os padrões construtivos da pequena cidade de Como, mas foi poupado da demolição.
Em 1933 ele fundou junto com outros artistas a revista "Dial", onde permanece como colaborador e divulgador do modernismo. O período 1934-1938 é a época das grandes competições arquitetonicas lançadas pelo regime de Mussolini.
Em 1936-1937 o seu trabalho atinge o ponto mais alto com as obras de maior vulto como a Villa Bianca em Seveso, Asilo Santo Elias em Como e Casa del Fascio em Como, sua mais conhecida obra.
Construído para ser a sede do Partido Fascista local, a Casa del Fascio é o auge da geometria racional italiana. No interior, escadas suspensas e escritórios estão organizados em torno de um grande pátio coberto iluminado de cima por clarabóias em painéis de vidro em uma estrutura limpa, feita de concreto de armado.
Até 1940 Terragni terá muitos trabalhos realizados, chegando inclusive a desenhar monumentos e até móveis, como é o caso da poltrona Santo Elias, projetada em 1936, inspirado nas linhas modernas para móveis. Essa poltrona, ainda comercializada, possui um único filete tubular cromado, que nasce em um dos apoios dos braços, servindo como assento, pés, encontro e por fim, termina no apoio oposto.
Mas devido à II Guerra Mundial o artista é então chamado para servir e após um período de treinamento é enviado em 1941 pela primeira vez para participar da ocupação nazi-fascsita na então Iugoslávia e, em seguida, na frente de combate mais dura da guerra: a Rússia.
Segundo seus críticos, Giuseppe Terragni tentou a vida toda uma inutil tentativa de fazer a arquitetura ser capaz de traduzir um tipo de ética democrática e liberdades civis fundamentais ao fascismo. Diferente das obras megalomaníacas de Speer, na Alemanha de Hitler, as obras de Terragni na Italia buscam no modernismo uma inspiração bem mais humana e funcional.
Mas, aos 39 anos, ele é acometido com uma depressão profunda ao ver os rumos da guerra. Sofrendo de uma trombose, ele retorna para Como para se recuperar, mas em 19 de julho de 1943, ele sofre um derrame e morre na da casa de sua namorada, em Como.
Ainda hoje há severas divergências entre os estudiosos e críticos de sua obra em considerar Terragni como um fascista ou anti-fascista.
Hoje a Casa Del Fascio mudou de nome, chama-se "Casa do Povo" e é a sede de diversos serviços públicos locais.
Giuseppe Terragni
OBRAS SELECIONADAS:
> (1) Casa Del Facio, Como, 1932-36 (foto de época, com a foto de Mussolini na fachada)
> (2) Casa Del Facio, Como, 1932-36 (atualmente " A Casa do Povo")
> (3) Monumento aos mortos da I Guerra Mundial na colina de Erba 1926- 1932
> (4) Monumento aos mortos da I Guerra Mundial em Como 1931 1933
> (5) Poltrona Santo Elias, 1936
> (6) Palazzo Terragni Casa Del Fascio, em Lissone, 1938 1940
> (7) Apartamentos Novocomum, em Como, 1927–29
> (8) Apartamentos "Casa Rustici", 1933-36
> (9) Asilo Santo Elias, em Como, 1936-1937
- Referencias:
- JAMES STEVENS CURL. "Terragni, Giuseppe." A Dictionary of Architecture and Landscape Architecture. 2000. Encyclopedia.com. 31 Dec. 2015 <http://www.encyclopedia.com>.
- GLANCEY, Jonathan. Guia Ilustrado de Arquitetura. Trad. Laura Alves e Aurélio Rebello. Rio de Janeiro: Zahar, 2012.
- KOCH, Wilfred. Dicionário dos Estilos Arquitetônicos. Trad. Neide Luzia de Rezende. 4º Edição. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
- PAGNOTTA, Brian. AD Classics: Casa del Fascio / Giuseppe Terragni. Portal Archdaily. Disponível em http://www.archdaily.com/312877/ad-classics-casa-del-fascio-giuseppe-terragni. Acesso em 31 de dezembro de 2015
Como citar este documento:
Enciclopædia Biográfica de Arquitetos Digital
Autor(es) do verbete:: DURANTE, Silvio
Título: Giuseppe Terragni
Documento nº: T07
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Última atualização: 31/12/2015